quinta-feira, 1 de março de 2012

À Clarisse Lispector

Então, como estou totalmente ausente, achei um post de minha autoria, antigo, em outro blog, e resolvi postar aqui, só pra falar que eu ainda faço parte dessa nata literária que é o De boa na ADG! :)



CDF como sou, peguei a obra mais marcante de Machado de Assis (Obviamente, me refiro a Dom Casmurro) para dar uma lidinha básica ;x Eis que tive uma surpresa: Embora no princípio eu estivesse lendo só por motivo de força maior (leia-se: vestibular) eu acabei gostando. Na real, não foi tanta surpresa assim, já que bons leitores geralmente apreciam grandes obras. O fato é que após seu primeiro beijo com Capitu, Bentinho fica refletindo sobre, e acabou me fazendo refletir também: “Talvez abuso um pouco das reminiscências osculares; mas a saudade é isto mesmo; é o passar e repassar das memórias antigas”. É exatamente assim que a saudade se faz presente. Repassamos a mesma cena, as mesmas palavras, os mesmos sorrisos e até mesmo algumas lágrimas milhões e milhões de vezes. A questão é: Até onde isto é saudável? Até onde devemos passar e repassar cenas anteriormente vivenciadas?

As lembranças muitas vezes são o “convívio social” do solitário ou de quem se faz solitário temporariamente. E em pensamentos solidários (Não, eu não troquei o t pelo d. Eu realmente quis dizer solidário ;p) acabo achando que ao menos temos boas lembranças do que passou. Ao menos isso. E aí passamos de solitários para auto-solidários (manda a nova ortografia se foder u.u), tentando justificar a nossa solidão e nossa necessidade de lembrar do que já não existe. Mas se refletirmos só um pouquinho sobre, veremos que essa auto-solidarização é mórbida! Essa necessidade de fechar os olhos e voltar no tempo, algo que nunca será possível, algo que jamais se concretizará..isso é doentio!
Com tais pensamentos, concluo: Saudade é diferente de masoquismo. Saudade te faz sorrir, te impulsiona para um futuro possivelmente melhor que o passado (por mais excepcional que este tenha sido). Masoquismo é moer e remoer, deixar toda sua vida se extinguir, se apegando apenas aquele fiozinho de felicidade. É deixar tudo de lado, sem querer ver o que o futuro trará. Eu confesso que muitas vezes passo por esse ciclo. Solidão, solidariedade...mas no fim eu sempre me obrigo a sorrir.
Eu sempre penso em como “Carpe Diem” faz sentido(Cá estou eu novamente fazendo alusão aos nossos recursos literários)! Mas quantas pessoas levam a tão famosa frase a sério? Quantas pessoas acordam pensando que são felizes somente por que acordam?
Você faz isso? Eu faço isso? Não sei. Mas deveríamos fazer.


P.S: Pra quem não entendeu o título, eu me referia à característica mais marcante de Clarisse Lispector: Fluxo de Pensamentos! J

Nenhum comentário:

Postar um comentário