Minha vida é baseada na música, apesar de eu não tocar instrumento algum e ter uma péssima voz para o canto. Embora haja esse paradoxo, posso afirmar isso, a música tem uma enorme influência sobre mim, e sobre minha vida. Eu estou sempre escutando alguma música, e quando não estou, a música fica tocando repetidamente em meus pensamentos, ela nunca me abandona.
Quando eu ouvi pela primeira vez a música Solitary Shell, do Dream Theater, eu comecei a chorar. E é assim, sempre que ouço uma música boa e presto atenção nela, tenho alguma reação catártica. Músicas boas realmente mexem comigo.
Além disso, música pra mim é terapia. Se eu estou triste, eu já sei quais músicas me farão me sentir melhor, quando estou cansada, ou alegre, com sono... Quando estou irritada, por exemplo, o melhor remédio de todos é Led Zeppelin. Renaissance também ajuda. Mas há algo que está além de tudo isso: The Beatles. Eles têm músicas pra qualquer mudança no meu humor, e sempre me fazem bem, SEMPRE... Eu poderia continuar por horas falando sobre Beatles e como suas músicas me influenciam e me fazem bem, mas ninguém quer saber isso.
É incrível como a música tem um poder social, a exemplo da Ditadura Militar no Brasil, onde músicas eram censuradas por falar, ou melhor, cantar a verdade. E não só nesse período a música teve um importante papel social, ela sempre teve e sempre terá. Portanto sou a favor de qualquer tipo de manifestação musical, seja ela boa ou ruim. Não é porque eu não aprecio que devo criticar quem gosta, e muito menos quem faz. Não queremos que a música se torne algo obsoleto, a música deve ser algo encantador, deve trazer coisas boas, portanto se o que você não gosta agrada alguém, aquilo não deve ser menosprezado.
Ouça o que lhe faz bem, e recomende a quem você gosta, mas ninguém tem o direito de te criticar pelo que você gosta, assim como você também não tem esse direito. O mundo estaria bem melhor se todos se respeitassem assim, não só quanto à música, mas em qualquer âmbito social.
Um conselho: Ouçam The Sound of Muzak, do Porcupine Tree (:
sábado, 23 de abril de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
Flores não pagam contas
Quando criança, desejava cultivar flores, mas crescera aprendendo que essa não era uma idéia prática. Na escola vira muitos números, aprendera a resolver as mais diversas equações, mas nunca nada sobre o cultivo das flores. Com todos os seus números se formou, e começou a trabalhar no que não gostava para ganhar dinheiro e gastar no que não precisava.
Se mantinha bem informado e assistia todos os dias ao noticiário, ouvia as notícias sobre a falta de água, sobre as pessoas que matavam por não ter o que fazer, as que roubavam por não ter o que comer e as que morriam por não ter onde viver. Paciente armazenava todas essas tristes realidades em alguma gaveta do seu cérebro e esperava, com um pontinho de esperança, alguma notícia sobre as flores.
No escritório concentrava-se em seus números, com a cortina sempre fechada (pois o sol atualmente era um inimigo em potencial com todos os seus raios UVB e UVA) e o ventilador ligado (o único vento no rosto que podia ter). Seguia com sua rotina estável e sua vida “confortável”. Comemorava sorrindo com falsa alegria todas as vezes que trinta e um de dezembro virava primeiro de janeiro sabendo em seu íntimo que novo naquele ano seria só o nome e alguns números. E de fato tudo permanecia igual. As vezes se desesperava e chorava pensando que já era hora de mudar tudo aquilo, mas logo as contas chegavam... as flores não pagam contas, era preciso preocupar-se com futuro.
De preocupar-se com o futuro logo o viu chegar, e já aposentado pensou com saudade em suas flores, mas velho como estava? Era melhor deixar as flores e as idéias sonhadoras para os jovens, para ele restavam os “confortos” da vida que cultivou e o noticiário, que havia se tornado seu companheiro fiel e agora só falava na tal da sustentabilidade, tão longe havia chegado os homens com seus números.
"Somos feitos de carne mas temos que viver como se fôssemos de ferro" Freud
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