sábado, 4 de setembro de 2010

Divagações

Às vezes eu paro para pensar em pessoas revolucionárias como John Lennon, Che Guevara, Gandhi, Mandela, Pagu, ou mesmo em pessoas que não são conhecidas pelo mundo inteiro, mas fazem tudo o que podem para melhorar o lugar e a sociedade onde vivem, como minha própria mãe...
Ela e meu pai se mudaram em 1982 para uma pequena comunidade, chamada Campo Redondo. Lá ainda não tinha nem luz quando eles chegaram. Mas se instalaram e cativaram o povo. Minha mãe fez muito pela escola de lá, que só tinha até a 3ª série do ensino fundamental, e hoje tem até o 3º ano do ensino médio, graças a ela e a outras pessoas, ela esteve ativa todos esses anos lutando por isso, mas não só pela educação, como também pelo bem estar da comunidade.

Eu admiro essas pessoas ativistas, que estão sempre dispostas a fazer de tudo para melhorar o mundo, ou parte dele. Aí eu penso: “E eu? O que eu posso fazer para tornar o mundo melhor? Como eu posso fazer a diferença entre bilhões de pessoas? Como?”.
Eu que às vezes posso ser egoísta, preguiçosa... O que eu posso fazer?
Queria ser realmente boa em alguma coisa. Queria ser uma artista, que pintasse um quadro tão impactante como foi Guernica, de Picasso; ou escritora talvez, e escrevesse uma obra que faria com que as pessoas tentem mudar (para melhor) o lugar onde vivem; ah, se eu pudesse inventar um carro que não polui; eu poderia ser uma médica e poder achar a cura do câncer, ou de alguma outra doença; e se eu pudesse fazer algo para diminuir a fome no mundo?; se eu pudesse melhorar a educação do Brasil, que é a base para um futuro melhor; se eu conseguisse resolver os conflitos étnicos que tanto assombram os dias de hoje; se...
Eu queria poder fazer, colocar em prática todas as minhas ideias e ideais, queria ser mais criativa, mais estudiosa, menos preguiçosa, mas me acho tão mediana... Queria poder melhorar o mundo. Como tantas pessoas fizeram, fazem e ainda farão.

Um dos meus filmes preferidos é V for Vendetta (V de Vingança), e há uma passagem que o V fala para a Evey: “O povo não deve temer o governo, o governo é que deve temer o povo”. Mas no mundo em que vivemos, ou pelo menos no Brasil, não é que haja medo, eu só acho que há uma inércia do povo brasileiro, que sabe que o país não está bem, mas não faz nada para mudá-lo. Não existem mais grandes protestos ou revoltas, muito menos revoluções. Nada muda. Tudo fica como está e permanece como está. Inércia. E do que precisamos? De movimento, aplicar uma força nesse corpo que é o nosso país. Nesse mesmo trecho do filme, Evey pergunta a V se ele acredita que explodir o Parlamento (da Inglaterra) tornará o país melhor. E ele responde que “com gente suficiente, explodir um prédio pode mudar o mundo”. Vejam bem, não estou propondo que se exploda coisa alguma só a burocracia e a corrupção rs, apenas que se tivermos gente suficiente, podemos criar um movimento e talvez consigamos melhorar algo. Mas, é só uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer.
Como diria Fernando Pessoa, "Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens".
Maybe, we don't even need a revolution, maybe all we need is LOVE!

Quero muitas coisas, e queria poder realizá-las. Dizem que querer é poder. Portanto ainda tenho esperanças! (:

Porque eu estou falando escrevendo no caso ¬¬’, porque eu quero um mundo melhor para mim, para você, para meus filhos e netos, para a geração deles e para as futuras. Falo Escrevo, porque eu acredito no mundo e acima de tudo na humanidade. Porque existem tantas pessoas boas por aí... Porque a vida, mesmo com todas as suas dificuldades, é linda. Por isso, terminarei com outra frase do Fernando Pessoa (que é um dos poetas preferidos):
"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."

6 comentários:

  1. Devo dizer que a única frase que li é "Um dos meus filmes favoritos é V fo Vendetta".
    Pronto, meu respeito por você cresceu

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  2. Tava com saudades do seus textos que me fazem pensar! Tenho muita admiração pelo trabalho que sua mãe fez e faz. E pode crer que potencial pra ser como ela você tem!
    Não deixe de tentar

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  3. Oun Litita, que linda!
    auhauh
    Só pensar assim talvez já leve à alguma atitude grandiosa ;D

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  4. Oi Talita, aqui é a Clarissa da Pedra Negra.
    Adorei seu texto e seu respectivo conteúdo. Quem sabe através dessas palavras e de outras vindouras, vc já não esteja principiando essa tão sonhada mudança??
    Me sinto como vc muitas vezes...mas acho que é com atitudes talvez tímidas ou despretensiosas como se mudar para o mato, como nossos pais fizeram, ou separar o lixo, ou educar bem seus filhos, já se muda um pedacinho do mundo. Se todos assim pensarem e assim fizerem, o mundo todo muda!
    Paz e amor!!
    Beijos e saudades da família!

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  5. Gosto muito deste trecho da música "Até quando?" do Gabriel O Pensador...achei válido colocá-la aqui:
    "Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
    A gente muda o mundo na mudança da mente
    E quando a mente muda a gente anda pra frente
    E quando a gente manda ninguém manda na gente
    Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
    Na mudança de postura a gente fica mais seguro
    Na mudança do presente a gente molda o futuro"

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